CRUSP Contra O Corte No Passe Estudantil
- Centro Acadêmico Emílio Ribas
- 5 de fev. de 2019
- 3 min de leitura
Não ao corte do passe livre e meia passagem estudantil dos estudantes e moradores do CRUSP! Em luta pela permanência estudantil, todos ao ato!

Como parte do desmonte e ataque às universidades, os estudantes moradores do Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo (CRUSP) irão realizar, nesta quarta-feira (06/02), um ato contra a retirada do direito ao passe livre e meia-passagem feita pela Superintendência de Assistência Social (SAS). A entidade alega que os estudantes moradores do CRUSP não teriam direito ao benefício uma vez que moram a menos de um quilômetro de distância de sua instituição de ensino e que tal benefício seria considerado duplo em decorrência do Bilhete USP (BUSP).
Sabemos que este ataque à permanência estudantil vindo da reitoria da Universidade está em consonância com o plano de ataque nacional e estadual, no governo de Doria e Bolsonaro, às universidades públicas. A USP, com seus “parâmetros de sustentabilidade” aprovados pela reitoria em 2017, tomou medidas como PIDVs (planos de demissão voluntária) e junto à falta de contratação de funcionários, avançam no processo de sucateamento da Universidade para professores, trabalhadores e estudantes.
A retirada deste benefício aos estudantes moradores do CRUSP somado a outros ataques como o fechamento de creches, do pronto socorre e leitos do Hospital Universitário (HU), terceirização dos bandejões e aplicação de contratos precários a professores, ampliam o desmonte da Universidade de "excelência" e impedem cada vez mais que a população tenha acesso à instituição de ensino, com ênfase para as mulheres, negros e negras, indígenas e LGBTs.
O CRUSP, além da infraestrutura precária, já não atende toda a demanda existente de alunos que necessitam deste auxílio para continuar seus estudos, o que por si só já é um absurdo. O corte deste direito é mais uma forma da Universidade tentar fazer com que os estudantes sejam aqueles que pagam por uma crise que não é nossa, pois, independentemente da distância entre moradia e instituição de ensino, todos os estudantes deveriam ter este benefício. Além disso, a importância do direito à passagem está associada à circulação pela cidade, acesso à cultura e lazer: direito negados ao conjunto dos estudantes de todos os níveis escolares e à classe trabalhadora pelos governos.
A luta pela permanência estudantil é urgente, ainda mais diante de um ataque brutal como este! Devemos lutar contra a retirada do passe livre e da meia-passagem, exigir a garantia da permanência para toda a demanda. A permanência estudantil não é uma prioridade para a reitoria e para o governo, pois afirmam não haver condições financeiras para tal, enquanto aprovam o aumento do teto dos seus próprios salários e fazem parcerias para instalação de um muro de vidro que custa milhões. Para mostrar a farsa da "falta de verbas" para a educação pública, defendemos a abertura do livro de contas para que toda a população que financia a Universidade saiba para onde está indo seu dinheiro e se escancare o absurdo dos altos salários e privilégios da casta burocrática e denuncie como vem sendo geridas as finanças da USP.
Quem decide o que é feito com os recursos da universidade é o Conselho Universitário e o reitor, que não representam a comunidade USP, mas sim os interesses de empresários e do governo do Estado. É preciso que a universidade seja gerida pelos trabalhadores, professores e estudantes para que coloque fim a esta estrutura de poder e para que, assim, a universidade possa estar à serviço dos trabalhadores e da população pobre.
Por isso nós da gestão do CAER, Katendê – a educação respira luta, nos colocamos lado a lado em apoio aos diversos estudantes que estão se mobilizando e estamos à disposição para além de prestamos nossa solidariedade àqueles. Assim, convidamos todos a integrarem o ato que será realizado amanhã, dia 06/02, às 13h, em frente a reitoria.
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